São Paulo / SP - sábado, 04 de maio de 2024

Novidades em Diabetes Tipo 1

Tem havido indiscutíveis progressos na maneira como controlamos os pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 1 (o diabetes em que falta a produção de insulina e, portanto, a base do tratamento é a reposição de insulina). 

O controle do paciente com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) requer o uso de várias doses de insulina por dia, basicamente na forma de uma preparação de ação prolongada (insulina basal) e doses de insulina de ação ultrarrápida nas refeições, evitando que as glicemias (açúcar no sangue) se eleve inadequadamente. Essas doses são referidas como "bolus" e daí o nome desse esquema ser "basal-bolus". 

As bombas de infusão de insulina estão disponíveis no mercado e se constituem num elemento muito útil para o controle do paciente diabético, permitindo que a insulina seja administrada continuamente e dando a oportunidade de regulação da infusão a cada hora ou a cada 30 minutos. Desta forma, programa-se a infusão de modo a se manter um bom controle glicêmico.

Ao lado da infusão de insulina por bomba ou da administração no esquema "basal-bolus", é extremamente importante que se faça uma boa monitorização das glicemias, para se ter a noção exata de como estas glicemias estão oscilando. 

As bombas mais modernas trabalham associadas a um sensor contínuo de glicemias, em tempo real e a informação do sensor é transmitida à bomba. 

O objetivo é se ter uma bomba que possa regular a glicemia automaticamente, ou seja, passaremos a ter um verdadeiro pâncreas artificial!

Algumas das bombas atuais já fazem o controle da hipoglicemia, parando a infusão quando a glicemia está baixando, retomando a infusão quando a glicemia reinicia sua subida. 

Há projetos que usarão, na mesma bomba, insulina e glucagon (este último é um hormônio que antagoniza a insulina e faz a glicemia subir). Com isso, a bomba regula a concentração de glicose no sangue com mais precisão: se sobe, infunde insulina; se baixa em demasia, infunde glucagon. 

A grande notícia do momento, que foi apresentada no Congresso da Suécia, em Gotemburgo (ISPAD- International Society for Pediatric and Adolescent Diabetes) é que há grupos em Israel e nos Estados Unidos que já estão testando a bomba "inteligente"  em crianças. Em Israel, já há mais de 14500 horas de bomba em crianças em casa, sem supervisão médica, com controle muito adequado da glicemia. Esta é uma notícia alvissareira e prenuncia que em breve (breve em Medicina significa alguns anos!!!) poderemos ter as bombas inteligentes disponíveis para nossos pacientes, o que facilitará em muito o controle.

O que eu gostaria de ressaltar, no entanto, é que o controle adequado do DM1 é fundamental para prevenir complicações a longo prazo e este objetivo deve sempre ser perseguido, com ou sem o uso de bombas, com "bomba inteligente" ou com o uso do esquema "basal-bolus". 

A monitorização glicêmica continua sendo a chave para que possamos ajustar adequadamente as doses de insulina e adaptá-las ao padrão alimentar da criança ou do adolescente. 

O estímulo à atividade física continua sendo essencial e, quanto mais atividade física o paciente tiver, mais fácil será seu controle metabólico e melhor será sua qualidade de vida. 

Os progressos no tratamento e na compreensão do DM não param e, certamente, em pouco tempo, teremos um cenário em que o bom controle será atingido com menor esforço, graças a uma tecnologia de ponta colocada a serviço da Medicina. 

Prof. Dr. Durval Damiani

Tem havido indiscutíveis progressos na maneira como controlamos os pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 1 (o diabetes em que falta a produção de insulina e, portanto, a base do tratamento é a reposição de insulina). 

O controle do paciente com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) requer o uso de várias doses de insulina por dia, basicamente na forma de uma preparação de ação prolongada (insulina basal) e doses de insulina de ação ultrarrápida nas refeições, evitando que as glicemias (açúcar no sangue) se eleve inadequadamente. Essas doses são referidas como "bolus" e daí o nome desse esquema ser "basal-bolus". 

As bombas de infusão de insulina estão disponíveis no mercado e se constituem num elemento muito útil para o controle do paciente diabético, permitindo que a insulina seja administrada continuamente e dando a oportunidade de regulação da infusão a cada hora ou a cada 30 minutos. Desta forma, programa-se a infusão de modo a se manter um bom controle glicêmico.

Ao lado da infusão de insulina por bomba ou da administração no esquema "basal-bolus", é extremamente importante que se faça uma boa monitorização das glicemias, para se ter a noção exata de como estas glicemias estão oscilando. 

As bombas mais modernas trabalham associadas a um sensor contínuo de glicemias, em tempo real e a informação do sensor é transmitida à bomba. 

O objetivo é se ter uma bomba que possa regular a glicemia automaticamente, ou seja, passaremos a ter um verdadeiro pâncreas artificial!

Algumas das bombas atuais já fazem o controle da hipoglicemia, parando a infusão quando a glicemia está baixando, retomando a infusão quando a glicemia reinicia sua subida. 

Há projetos que usarão, na mesma bomba, insulina e glucagon (este último é um hormônio que antagoniza a insulina e faz a glicemia subir). Com isso, a bomba regula a concentração de glicose no sangue com mais precisão: se sobe, infunde insulina; se baixa em demasia, infunde glucagon. 

A grande notícia do momento, que foi apresentada no Congresso da Suécia, em Gotemburgo (ISPAD- International Society for Pediatric and Adolescent Diabetes) é que há grupos em Israel e nos Estados Unidos que já estão testando a bomba "inteligente"  em crianças. Em Israel, já há mais de 14500 horas de bomba em crianças em casa, sem supervisão médica, com controle muito adequado da glicemia. Esta é uma notícia alvissareira e prenuncia que em breve (breve em Medicina significa alguns anos!!!) poderemos ter as bombas inteligentes disponíveis para nossos pacientes, o que facilitará em muito o controle.

O que eu gostaria de ressaltar, no entanto, é que o controle adequado do DM1 é fundamental para prevenir complicações a longo prazo e este objetivo deve sempre ser perseguido, com ou sem o uso de bombas, com "bomba inteligente" ou com o uso do esquema "basal-bolus". 

A monitorização glicêmica continua sendo a chave para que possamos ajustar adequadamente as doses de insulina e adaptá-las ao padrão alimentar da criança ou do adolescente. 

O estímulo à atividade física continua sendo essencial e, quanto mais atividade física o paciente tiver, mais fácil será seu controle metabólico e melhor será sua qualidade de vida. 

Os progressos no tratamento e na compreensão do DM não param e, certamente, em pouco tempo, teremos um cenário em que o bom controle será atingido com menor esforço, graças a uma tecnologia de ponta colocada a serviço da Medicina. 

Prof. Dr. Durval Damiani